Concentração começa às 17h00, no Príncipe Real, em Lisboa (in Público)

Marcha LGBT vai celebrar conquistas recentes e reivindicar “as que estão por fazer”
19.06.2010 - 09:49 Por Lusa


A 11.ª Marcha do Orgulho LGBT vai celebrar conquistas recentes e “recordar as muitas que ainda há por fazer”, afirmou Salomé Coelho, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), uma das 18 estruturas que organizam a iniciativa.
A marcha “vai ser um momento para celebrar as recentes conquistas - como o casamento entre pessoas do mesmo sexo - e para recordar que ainda há muitas outras por fazer, nomeadamente no que diz respeito à parentalidade e co-parentalidade e à adopção”, declarou Salomé Coelho à Lusa.

Entre as reivindicações figura “a urgência de uma lei de identidade de género que permita responder célere às pessoas transgénero e transexuais” e “o acesso de lésbicas à procriação medicamente assistida”.

No que respeita a esta questão, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida informou ontem que o acesso àquelas técnicas continua “legalmente vedado às pessoas do mesmo sexo casadas entre si”, proibição que se manterá se não houver uma alteração legislativa. Salomé Coelho não quis, todavia, avançar qualquer comentário, assinalando que a marcha - ao ser organizada por entidades “com uma grande diversidade” de opiniões - “não tem posição em relação ao parecer”.

Ainda de acordo com a representante da UMAR, a marcha “pretende ocupar o espaço público com o orgulho LGBT [lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros] por oposição à vergonha imposta pela homofobia, pela bifobia e pela transfobia”, não sendo “esperadas nem desejadas” reações negativas dos transeuntes. “Nos anos anteriores as reações foram muito diversas, mas a maioria de apoio à marcha, porque é um momento de ocupação pela diversidade e aquilo que se está a reivindicar são direitos humanos. Acho que essa mensagem passa, apesar de ser clara a homofobia e a transfobia no quotidiano”, declarou.

A responsável disse também acreditar que “a crescente visibilidade das questões das pessoas LGBT também promove uma maior aceitação e uma maior consciência” de que a diversidade sexual é “um direito humano”. “Denunciar o facto de, pelo mundo fora, existirem sete países em que a homossexualidade é punida com pena capital e que em 93 outros qualquer pessoa pode ser julgada e punida com multa ou prisão por ser lésbica, gay, bissexual ou transgénero” é outro dos objectivos da marcha, que tem início sábado, pelas 17h00, no Príncipe Real, em Lisboa.

Entre as 18 entidades que organizam a iniciativa contam-se, além da UMAR, SOS Racismo, Associação para o Planeamento da Família, Panteras Rosa, ILGA Portugal e Médicos pela Escolha.

Participam na organização pela primeira vez estruturas como o Núcleo LGBT da Amnistia Internacional Portugal ou o Grupo de Trabalho Identidade X/Y que integra o Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública.


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